Corria o ano de 1179, e D. Fuas era alcaide-mor de Coimbra. Certo dia, encontrava-se de visita ao Castelo de Leiria, quando deram-lhe a notícia de que se encontrava na Alcáçova de Porto de Mós o rei mouro Gamir, de Mérida, que, como era seu costume, repousava das batalhas naquela região sobre todas preferida pelas belezas naturais.
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D.Fuas pensou que aquela era uma oportunidade única de livrar a Península de mais alguns mouros, já que nessa altura tinha consigo um grupo de guerreiros suficientemente forte e coeso para cair sobre os infiéis.
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Assim, mandou os charameleiros, tocarem a reunir e algum tempo depois tinha reunido no terreiro do Castelo de Leiria todos os cavaleiros que andavam espalhados pela vila. Era um burburinho no terreiro. Os cavalos escoiceavam impacientes, batendo com os cascos na terra seca e solta, obrigando os cavaleiros a prodígios de força e equilíbrio para os segurarem.
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Os cavaleiros, reunidos em torno de D. Fuas Roupinho, acompanhados pelos seus criados, combinavam a táctica de surpreenderem o inimigo. Era um grupo ricamente colorido com os seus briais de cores vivas onde se viam as armas de suas casas, por debaixo dos quais brilhavam as cotas de malha.
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De capacete debaixo do braço e com as espadas e punhais prontas a utilizar, discutiam acaloradamente o melhor caminho a tomar para Porto de Mós de modo a não serem avistados pelas vigias mouras. Por fim, a hoste saiu de Leiria num trote alegre e descuidado, parecendo querer desmentir a sanha guerreira com que viriam a atacar Gamir e a sua gente.
Destes, uns passeavam despreocupadamente pelos campos em redor de Porto de Mós e os outros descansavam na Alcáçova.
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Nem uns nem outros deram pela chegada de D.Fuas e a sua cavalaria, e, apesar de serem muito mais numerosos do que a hoste de D. Fuas, foram derrotados e chacinados, quase sem terem tido oportunidade de se defender.
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Os mouros sobreviventes foram levados como prisioneiros para Coimbra, onde o alcaide-mor os entregou a D. Afonso Henriques, e, como recompensa, o Rei deu a D. Fuas a alcaidaria de Porto de Mós.
Os mouros sobreviventes foram levados como prisioneiros para Coimbra, onde o alcaide-mor os entregou a D. Afonso Henriques, e, como recompensa, o Rei deu a D. Fuas a alcaidaria de Porto de Mós.
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